O Panamá mora ao Lado! (reprise)

domingo, 8 de maio de 2016

O Panamá mora ao Lado!

Nascermos já com um código de barras é uma imposição da actualidade.
Os tempos que correm são uma espécie de guião para aquilo que temos que ser e, por mais voltas que demos, estamos no fluxo da imposição.
Mal abrimos os ventres das nossas mães, entramos numa dimensão de provações, de experiências com graus de exigência cada vez maiores, mais altos. Se estamos preparados para elas? Claro, Deus não seria um bom professor se não soubesse dar aos seus pupilos tarefas possíveis; difíceis, complicadas, morosas, mas não impossíveis.
Crescemos a descobrir este palco onde representamos e muitas vezes esquecemos o papel estudado e improvisamos. Há um secreto reduto em cada um de nós que nos prepara para os grandes desafios, e o de improvisar é dos mais interessantes.
Para quem tem dificuldades em decorar, em repetir as ladainhas dos guiões, o improviso é um desafio a esses mesmos guiões. Chega a ser uma afronta!!!
A capacidade de manter um improviso chega a ser tão importante e tão difícil como manter um papel, uma personagem. O improviso eleva-nos a uma dimensão diferente, maior, uma dimensão sonhada porque já foi vivida. É uma dimensão onde a ressonância tem um lugar cativo porque tudo nela faz sentido!
Aí, o que pensávamos ser um improviso, uma alternativa ao guião com código de barras, é, na verdade, o nosso próprio guião, com o nosso próprio código- não o de barras-, mas o nosso ADN individual.
O improviso que sentimos sair de nós nos momentos de saturação do grande guião, é a nossa própria identidade a impor-se. Já chega de representar o que não é para nós. Sejamos as verdadeiras identidades e não representações, baratas, com defeitos de fabrico porque as matérias primas não prestam. Sejamos quem somos!
Há quem deposite toda a sua energia na representação e que tem o seu próprio palco móvel- cria os seus enredos, contracena com as maiores raridades e tem milhares de fotos a fazer "Like", com "likes" no "Face", atinge um sucesso de ir aos píncaros, mas depois paga com a alma porque a vendeu!
Uma personagem sem alma é como uma marioneta sem fios, o Rock sem a Amiga, o Bobo sem a Corte, o Poder sem o Dinheiro, o Alfa sem o Ómega, ...
O poder verdadeiro está em sermos nós mesmos; a nossa identidade não se esconde atrás de personagens e não precisamos de palcos para viver a nossa vida.
Sei que isto pode parecer demagogia, mas não é, podem dizer que é utopia, mas não é!
Quando acreditamos, de verdade, em algo, esse algo materializa-se. A força do pensamento, a fé nas pessoas e em tudo o que existe, torna tudo possível.
Por duvidarmos das possibilidades infinitas, somos muitas vezes apanhados no espanto, na desilusão.
Com tantas coisas a acontecer no Universo, que acredito que está vivo, posso muito bem acreditar e aceitar ser possível eu ter uma conta offshore no Panamá! Mas como diria o outro: " Panamás* há muitos, seu palerma!"
E aqueles que representam, que usam o código de barras e têm contas offshore no Panamá, dizem que é tudo mentira. Pois, porque já não acreditam? Ou acabou-se o financiamento para as longas metragens?!...

* Chapéu de palha típico do Equador





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